Na manhã do dia 07 de setembro, a Prefeitura Municipal de Lajedo-PE realizou a tradicional cerimônia de hasteamento das bandeiras, em homenagem aos 195 anos de Independência do Brasil. A solenidade foi conduzida pelo Prefeito, Rossine Blesmany Cordeiro; a vice-prefeita, Lêda Machado; e o Presidente da Câmara Municipal, Denysson Vilela. Também estavam presentes os vereadores, secretários municipais, assim como gestores, professores e alunos das escolas das redes municipal, estadual e particular.
No início da manhã, a Banda 24 de Dezembro desfilou pelas principais
ruas da cidade convidando os lajedense para participarem das festividades, além
disso o grupo dos Desbravadores auxiliou na condução da solenidade.
Banda 24 de Dezembro |
Este ano a temática escolhida para o Desfile Cívico foi “Meio Ambiente é
uma questão de Educação”, e para iniciar as comemorações a Gestora da Escola
Ambiental, Andréa Félix, foi convidada para ser a oradora oficial. Seu discurso
trouxe uma retrospectiva histórica dos eventos que culminaram no surgimento da Educação
Ambiental, relembrou as consequências de anos de exploração e desrespeito ao
Meio Ambiente e ressaltou a responsabilidade de cada cidadão em adotar boas
práticas ambientais, já que nossos governantes continuam vendo nossas riquezas naturais,
apenas como fonte de recursos econômicos.
O Desfile Cívico se iniciou às 15h e contou com a participação das escolas da rede pública municipal; as escolas Jean Piaget e Cinderela, da rede particular; o pelotão do Quartel Mirim; os Bombeiros Civis; a Banda Leão do Norte e a Fanfarra Sintonia Musical.
Segue abaixo o discurso da oradora Andréa Felix.
Excelentíssimo Sr. Dr. Rossine Blesmany Cordeiro - Digníssimo Prefeito
deste Município;
Ilmª Senhora
Marconeide Cordeiro - Digníssima Primeira Dama;
Excelentíssimo Srª. Lêda Machado - Digníssima vice-prefeita;
Ilm. Srª Denison Vilela: Presidente da Câmara Municipal de Lajedo e
demais vereadores;
Ilustríssima Srª Neide Félix: Secretária Municipal de Educação: a qual
saúdo todo secretariado e gestores da educação do nosso município
Demais autoridades presentes, minhas senhoras e meus senhores, estudantes,
professores, pais, mães, cidadãos brasileiros.
De
início, sejam as minhas palavras uma expressão sincera de agradecimento por ter
merecido do Poder Executivo, para proferir o que significa esta data e este
acontecimento a todos nós. Falar ao meu povo e autoridades, a respeito da
Educação Ambiental, terra e céu é realmente algo que nos leva a sentir o
privilégio que ora desfruto. Ante isto e por isto, meu franco e sincero
agradecimento.
Reunimo-nos mais uma vez para comemorar
festivamente mais uma data cívica de nossa estimada Nação És luz. És calor e
vida para os teus filhos e os que aqui chegam.
Ajuda-nos Senhor a prosseguir na jornada de uma Pátria melhor. Que
sejamos autênticos e unidos para realizações múltiplas e contínuas em
prol do Brasil, e consequentemente por um mundo melhor, onde todos possam
sentir-se comprometidos, desempenhando um trabalho de qualidade, articulado com
a cultura de nosso povo, procurando oferecer melhores condições
para formação de cidadãos capazes de construir com consciência e
responsabilidade a sociedade a qual está inserido,
redirecionando para as classes desprovidas, desenvolvendo uma educação
que atenda às suas necessidades. Ajuda-nos realmente a conseguirmos
incutir e cultivar os ideais do trabalho, amor e fraternidade, para que
possamos apesar dos obstáculos, encontrar pessoas com disposições e riquezas
interiores, capazes de nos incentivar nas realizações dos nossos ideais.
É tempo de soltar a voz; de se entregar a uma experiência profunda; de
enfrentar como um artesão a dureza da vida, a capacidade do cotidiano de
refazer o processo educacional vinculando o saber do povo ao saber
sistematizado, voltado para todas as classes paupérrimas, oferecendo condições
para que os brasileiros sintam-se capazes de construir a sociedade e de
intervir na mesma.
Em ordem cronológica a temática
Ambiental, vem Há anos sendo debatida, gostaria de pontuar:
72 –
Estocolmo
Rio 92
97 –
Kyoto
2009 –
COP – 15/16 Copenhague
2015 –
COP 21 Paris Acordo do Clima
Devemos
refletir profundamente sobre o modelo produtivo adotado em nosso País, que é
concentrador na renda e não tem nenhum cuidado ou compromisso com a área
ambiental. O Brasil caminha na contramão das questões ambientais demandando que
o Poder Público assuma a responsabilidade de criar uma economia mais verde,
reduzindo as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa, além de adotar
boas práticas ambientais, como a conservação dos solos, o uso racional dos
recursos hídricos, a coleta seletiva e a destinação adequada dos resíduos
sólidos, a economia e a adoção de energias alternativas, mais limpas. O mundo
avança nesse sentido das mudanças ambientais, o Brasil não pode e não deve
ficar á margem desse processo, sob pena de contribuir para uma qualidade de
vida, cada vez mais precária. Devemos valorizar os serviços ambientais
prestados pelos biomas,tendo a nossa Amazônia como vital nesse processo e não,
meramente, entendida como mais uma fronteira agrícola a ser vencida, usando os
métodos arcaicos e tradicionais de produção.
A
ambição levou o homem a considerar não apenas normal, como desejável, dominar,
matar, desmatar e “conquistar”, pela força, outras regiões, destruindo a
natureza, além das culturas humanas.
Hoje, nós estamos enfrentando as consequências de séculos dessa atitude
predatória: a ameaça do aquecimento global não é mais assunto de ficção
científica: foi devidamente comprovada pelos mais eminentes cientistas. O
envenenamento do ar, das águas e do solo vêm, há décadas, causando doenças. Ninguém
é imune. Ninguém está livre.
As
seguidas e violentas alterações ambientais decorrentes das mudanças climáticas,
que vêm assolando todos os continentes, quer seja na forma de secas atípicas, como
a que enfrentamos por 6 anos e meio em nossa região.
Atualmente
temos presenciado um quadro, cada vez mais caótico, em termos da ocorrência de
desastres ambientais, assim, temos que estar preparados para a prevenção. Hoje
o nosso País encontra-se numa incômoda quarta posição entre os maiores emissores
dos gases que causam o efeito estufa, sendo que, a nossa principal fonte de
contribuição, cerca de 75% do total, advém do desmatamento predatório e das
queimadas, notadamente na região Amazônica, e o que assistimos, ao contrário do
que é desejável.
Se
tudo isso não bastasse, também temos assistido a mais violenta investida sobre
a base normativa ambiental, e em várias frentes, que vão desde o Código
Ambiental, que propicia a redução das áreas de preservação permanente, até uma
avalanche de Projetos de Decretos Legislativos que agridem não só a questão
ambiental e afrontam a questão indígena, passando pela edição de Medidas
Provisórias, que, irresponsavelmente, flexibilizam as regras do licenciamento
ambiental e incentivam a especulação fundiária, notadamente, na Amazônia
Brasileira.
Lajedo
tem procurado fazer a sua parte, tanto à nível de apresentação de propostas
legislativas, como a elaboração por mim do PMMA que está em fase final,
para um Projetos de Lei que dispõem sobre a obrigatoriedade de adoção de
medidas por parte do Poder Público regulamentando nossas leis e sobre o
estabelecimento de metas decenais.
Assim,
diante de todo o exposto sentimo-nos propelidos a comemorar o dia 7 de setembro
com um desfile temático nesta área para que saiamos fortalecidos para enfrentar
o enorme desafio, que se revela, cada vez mais, complexo, de lutar, com todas
as nossas forças, em defesa do meio ambiente.
Pensando na contribuição da educação para a
formação do cidadão lajedenses, em 1º lugar acredito que temos o dever de formar
cidadãos conscientes do seu papel na sociedade, que todo lajedense saiba
respeitar as diferenças sociais e culturais dos demais e que tenham sempre
consigo que a melhor maneira de transformarmos nossa própria realidade é tendo
uma posição esclarecida e crítica acerca das nossas ações e das ações dos
outros para conosco. Isso tudo é possível através da educação.
Em segundo lugar, gostaria de mencionar que
qualquer processo educativo só é possível quando cumprimos nosso papel social
com paixão. A paixão permite que em tempos de globalização e de consumo
desenfreado, acabemos por nos tomar pelo sentimento pátrio. Sim, estou falando
de patriotismo, de amor filial à nação. É preciso que nos demos conta de que
foi a educação, ao longo da história, que transformou essas paixões em leis
cívicas. A educação assim como a leis, assim como a própria nação, são
construções sociais, não são alheias a nós, são realizadas por mim, por você,
todos os dias, através de nossas ações e atitudes no convívio social.
Em terceiro e último lugar, é preciso perguntar a
cada um de nós, numa oportunidade festiva como a de agora, não o que esperamos
da vida a partir de nossos valores particulares, mas, antes, perguntar-se o que
a vida - a sociedade, a Pátria Brasil – espera de nós como cidadãos? Se formos
capazes de ensinar nossas crianças e nossos jovens a viverem com a consciência
de que o bem comum é, com o perdão da redundância, de todos nós, encontraremos
o caminho certo para a construção de uma Lajedo solidária, fraterna e cada dia
melhor de se viver. Se isso acontecer, nós teremos cumprido nossa missão de
formar homens e mulheres com poder de transformar o mundo e ao fazer isso,
certamente estarão transformando a si próprios. Creio que isto é dever cívico.
Isto é amor a Pátria!
Vamos participar, com alegria, senso crítico e
propositivo. A
Campanha da Fraternidade 2017 com oTema: “Fraternidade: biomas brasileiros e
defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15).é marcada
pelo empenho de todos e convida-nos a ver, julgar e agir.
Cito
um trecho da carte que, em 1855, o cacique Seattle, da Tribo Suquamish, “O que
ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido
da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a
si mesmo”.
Obgrigado!
Texto: Escola Ambiental
Imagens: Prefeitura de lajedo
PREFEITURA
MUNICIPAL DE LAJEDO - PE
SECRETARIA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA
AMBIENTAL DE LAJEDO - PE