quarta-feira, 18 de junho de 2014

TATU-BOLA animal-símbolo da Copa corre risco de extinção


Status de conservação do mamífero o tatu-bola - Tolypeutes tricinctus passa de 'vulnerável' para 'em perigo'. 

A espécie foi escolhida pela FIFA para ser o mascote oficial da Copa do Mundo de 2014, batizado de FULECO, pois esta espécie só existe no país.O nome, escolhido pelo público, mistura as palavras futebol + ecologia. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, informou que o Brasil deve anunciar em novembro deste ano a piora na classificação do status de conservação do tatu-bola, que passará de “vulnerável” para “em perigo” – uma categoria mais grave e que alerta para a necessidade de mais políticas públicas para preservação da espécie.

A mudança ocorre após cientistas calcularem que entre 2002 e 2012 houve redução de 30% do total de exemplares desta espécie, distribuídos entre os biomas Caatinga e Cerrado. Ainda não se sabe o tamanho da população existente no país, pois são necessários mais estudos para se chegar a esse dado.

A relação desta espécie de tatu com o futebol é o formato de bola que adquire ao se defender de predadores. Ao perceber a presença de onças ou raposas, seu corpo se contorce e o animal esconde partes frágeis como o tronco, a cabeça e as patas no interior de uma dura carapaça – que se fecha e fica em formato de bola.

O animal consegue ficar nesta posição de defesa por mais de uma hora, até que a situação de perigo passe. Porém, o instinto de defesa do tatu-bola o deixa frágil para caçadores, que ainda procuram espécimes pelo Nordeste e Centro-Oeste do país para consumo.


De comportamento arredio, a espécie é diferente dos outros tatus porque ela não cava buracos. Assim, fica vulnerável aos humanos por não conseguir se esconder.

De acordo com o ministério do Meio Ambiente, a espécie integra a lista nacional de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Sua população está distribuída por nove estados brasileiros, na Caatinga e no Cerrado, que perdem vastas áreas de vegetação devido à expansão urbana, às queimadas e à produção de carvão vegetal.

Segundo informações do governo federal, o Cerrado já perdeu 48,5% de sua cobertura vegetal original, enquanto a Caatinga tem preservada apenas 54% de mata nativa. Se nada for feito agora, Rodrigo Castro, secretário-executivo da Associação Caatinga, organização não-governamental que sugeriu a escolha desse tatu para mascote, afirma que o tatu-bola pode desaparecer da natureza em até 25 anos.

Devido a isso, foi lançado em maio o Plano de Ação Nacional do Tatu-bola, que tem o objetivo de aumentar a população deste animal em cinco anos. Segundo Ugo Vercillo, coordenador-geral de manejo para conservação do ICMBio, entre as ações de preservação estão previstas o retorno do monitoramento anual do desmatamento da Caatinga e o aumento da fiscalização contra a caça.







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