Status
de conservação do mamífero o tatu-bola - Tolypeutes tricinctus passa de 'vulnerável' para 'em perigo'.
A espécie foi escolhida pela FIFA para ser o mascote oficial
da Copa do Mundo de 2014, batizado de FULECO,
pois esta espécie só existe no país.O nome, escolhido pelo
público, mistura as palavras futebol +
ecologia. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, informou que o Brasil deve anunciar em
novembro deste ano a piora na classificação do status de conservação do
tatu-bola, que passará de “vulnerável” para “em perigo” – uma categoria mais
grave e que alerta para a necessidade de mais políticas públicas para
preservação da espécie.
A mudança ocorre após cientistas calcularem que
entre 2002 e 2012 houve redução de 30% do total de exemplares desta espécie,
distribuídos entre os biomas Caatinga e Cerrado. Ainda não se sabe o tamanho da
população existente no país, pois são necessários mais estudos para se chegar a
esse dado.
A relação desta espécie de tatu com o futebol é o
formato de bola que adquire ao se defender de predadores. Ao perceber a
presença de onças ou raposas, seu corpo se contorce e o animal esconde partes
frágeis como o tronco, a cabeça e as patas no interior de uma dura carapaça –
que se fecha e fica em formato de bola.
O animal consegue ficar nesta posição de defesa por
mais de uma hora, até que a situação de perigo passe. Porém, o instinto de
defesa do tatu-bola o deixa frágil para caçadores, que ainda procuram espécimes
pelo Nordeste e Centro-Oeste do país para consumo.
De comportamento arredio, a espécie é diferente dos
outros tatus porque ela não cava buracos. Assim, fica vulnerável aos humanos
por não conseguir se esconder.
De acordo com o ministério do Meio Ambiente, a espécie integra a lista nacional
de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Sua população está
distribuída por nove estados brasileiros, na Caatinga e no Cerrado, que perdem
vastas áreas de vegetação devido à expansão urbana, às queimadas e à produção
de carvão vegetal.
Segundo informações do governo federal, o Cerrado
já perdeu 48,5% de sua cobertura vegetal original, enquanto a Caatinga tem
preservada apenas 54% de mata nativa. Se nada for feito agora, Rodrigo Castro, secretário-executivo da Associação Caatinga, organização não-governamental que sugeriu a escolha desse tatu para mascote, afirma
que o tatu-bola pode desaparecer da natureza em até 25 anos.
Devido a isso, foi lançado em maio o Plano de Ação
Nacional do Tatu-bola, que tem o objetivo de aumentar a população deste animal
em cinco anos. Segundo Ugo Vercillo, coordenador-geral de manejo para
conservação do ICMBio, entre as ações de preservação estão previstas o retorno
do monitoramento anual do desmatamento da Caatinga e o aumento da fiscalização
contra a caça.
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