Prof. da UPE Petrúcio Luiz Lins de Morais - Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). |
As atividades realizadas pela Escola Ambiental no Projeto "Combate ao
Aedes aegypti", entre os meses de
março e abril de 2016, com alunos do Fundamental I e II e Ensino Médio, de
Escola Públicas da cidade de Lajedo e Cachoeirinha, foram transformadas em um
Resumo Expandido e apresentado no formato de Banner no XIX ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, realizado na Universidade de
Pernambuco – UPE, Campus Garanhuns,
entre os dias de 21 a 25 de agosto deste ano.
O projeto “Escola Ambiental no combate ao Aedes aegypti”, contou com palestras que
abordodaram:
- Os aspectos históricos, geográficos e biológicos do vetor;
- O ciclo de vida do mosquito;
- Hábitos alimentares;
- A importância biológica para o equilíbrio ambiental;
- As causas da proliferação do vetor.
- As características, sintomas e diagnóstico da Dengue, Febre Chikungunya e Zika Vírus.
O Projeto contou ainda com exibição de vídeos, destacando a
importância da educação ambiental no combate ao vetor e eliminação de focos do
mosquito. Distribuição de cartazes, doados pela Secretaria de Saúde, para serem
fixados nas salas de aulas com dicas de combate ao Aedes aegypti, além de adesivos
e panfletos entregues aos estudantes.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA NO COMBATE AO MOSQUITO
AEDES AEGYPTI NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE LAJEDO E CACHOEIRINHA – PE
Julieta Beserra da Silva¹, Marina de Sá Leitão Câmara de
Araújo²
¹ Centro Municipal de Educação Ambiental de Lajedo e Escola Jean Piaget.
² Universidade de Pernambuco (UPE), Campus Garanhuns.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas o Brasil vem passando por aumento no
número de casos de viroses relacionadas ao mosquito Aedes aegypti, o vetor da
Dengue, uma doença emergente no cenário da Saúde pública brasileira, e mais
recentemente da Febre Chikungunya e o Zika Vírus. Para Braga e Valle (2007)
alguns fatores que colaboraram para a proliferação do vetor foram as mudanças
demográficas e o intenso fluxo migratório rural-urbano, que ocasionou o
crescimento das cidades acompanhado pela ausência de infraestrutura básica e
implicaram no aumento no número de casos relacionados a viroses transmitidas
por artrópodes, as chamadas arboviroses. Sendo assim, as cidades reúnem as
melhores condições para proliferação do A. aegypti, mosquito com hábitos
diurnos, de coloração preta, com listras e manchas brancas, adaptado ao
ambiente urbano.
Frente a esse cenário, a Educação Ambiental (EA) desponta
como uma excelente estratégia no combate dos mosquitos transmissores de
arboviroses, pois está voltada à cidadania, possibilitando a motivação e
sensibilização da comunidade para melhorar suas condições de vida. Assim, utilizando
a interdisciplinaridade para abordar esta temática, o objetivo deste trabalho
foi utilizar a EA como uma ferramenta que auxilie o processo de combate às
viroses transmitidas pelo mosquito A. aegypti nas escolas públicas de Lajedo e
Cachoeirinha, agreste meridional de Pernambuco.
METODOLOGIA
Preocupada com a problemática das arboviroses em Lajedo e
com a falta de conhecimento dos estudantes sobre a temática o Centro Municipal
de Educação Ambiental (CMEA), conhecida por Escola Ambiental de Lajedo, iniciou
o ano letivo com o projeto “Escola Ambiental no combate ao Aedes aegypti”, com
palestras e exibição de vídeos, destacando a importância da educação ambiental
no combate ao vetor e eliminação de focos do mosquito. O CMEA está localizado
no espaço rural, especificamente no Sítio Serrote, a cerca de 10 km do centro
da cidade, no Município de Lajedo, Estado de Pernambuco.
Para a elaboração do projeto, tendo como público alvo alunos
do Ensino Fundamental I e II, inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica
para a criação dos slides e do material que foi distribuído aos estudantes,
como panfletos e adesivos, além da distribuição de cartazes doados pela
Secretaria de Saúde de Lajedo.
Com o intuito de ampliar o conhecimento da comunidade
escolar sobre o mosquito A. aegypti, o CMEA iniciou o ciclo de palestras no
Município de Cachoeirinha, e depois passou por algumas escolas públicas do
Município de Lajedo abordando na palestra: os aspectos históricos, geográficos
e biológicos do vetor; tratando sobre o ciclo de vida do mosquito; hábitos
alimentares; a importância biológica para o equilíbrio ambiental; as causas da
proliferação do vetor; as características, sintomas e diagnóstico da Dengue,
Febre Chikungunya e Zika Vírus. Foram distribuídos em todas as escolas cartazes
para serem fixados nas salas de aulas com dicas de combate ao A. aegypti, além
de adesivos e panfletos.
Tabela 1 - Informações das escolas contempladas pela
palestra “Escola Ambiental no combate ao Aedes aegypti”
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao término do projeto, a Escola Ambiental atendeu quatro
escolas municipais e um projeto social. Cerca de mil estudantes participaram
das palestras, além dos professores, coordenadores e gestores. Esse projeto foi
uma iniciativa inicial na discussão sobre o combate ao A. aegypti e as viroses
transmitidas pelo vetor. Em seguida, cada escola elaborou um projeto, voltado a
esta temática. Os alunos se mobilizaram, realizaram exposições, palestras e
saíram às ruas, em passeatas, intervenções urbanas, com o intuito de repassar
as informações para a sociedade, com o apoio da Secretaria de Saúde de Lajedo.
A experiência observada nesse trabalho corrobora BASSI
(2007, p. 1): “Introduzir, na atualidade, qualquer trabalho cuja temática
envolvida seja de cunho ambiental é tarefa de fácil execução, tendo em vista
que é cada vez mais evidente a gravidade dos problemas ambientais no planeta”.
Sabe-se que a maior parte dos desequilíbrios ecológicos está relacionada a
condutas inadequadas do ser humano, destacando-se aí a proliferação dos
mosquitos, a poluição e o desmatamento, o que mostra a necessidade de uma
significativa mudança nos valores e nos hábitos de todos os seres humanos.
Combater os criadouros do mosquito A. aegypti não depende apenas dos órgãos de
saúde governamentais, mas também da população em geral. Desta forma, a escola
assume um papel importantíssimo, pois é através do conhecimento transmitido e
adquirido que ações concretas podem ser realizadas.
Segundo Loureiro (2006) a conscientização ambiental surge
com a reflexão, diálogo e internalização de conhecimentos úteis à vida em
sociedade. Esse processo forma sociedades capazes de enfrentar os desafios,
gerando melhor qualidade de vida para as gerações atuais e futuras. Portanto, a
educação ambiental deve ser entendida em seu sentido mais amplo, que visa à
formação crítica para o exercício da cidadania, aprimorando as relações humanas
com o meio ambiente, seja ele natural ou modificado.
CONCLUSÕES
Este trabalho feito junto à comunidade escolar despertou
bastante interesse e preocupação entre os alunos. É muito importante despertar
a consciência ambiental e incentivá-los a disseminar esse conhecimento para
seus familiares e amigos. Mais ações mobilizadoras devem ser realizadas, pois
se cada um mudar seus hábitos em casa, melhor será o resultado no combate a
esse mosquito.
BASSI, I. M. Educação ambiental – princípios, práticas e a
formação dos professores para a prática interdisciplinar. 2007. 18 p.
Disponível em: http://www.pr.gov.br/meioambiente/educ_apres.shtml. On-line.
Acesso em: 28 de maio de 2016. On-line.
BRAGA, I.A.; VALLE, D. Aedes aegypti: histórico do controle
no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2007, 16(2), p. 113 – 118.
Disponível em: On-line.
LOUREIRO, C.F.B. Trajetória e Fundamentos da Educação
Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
PREFEITURA MUNICIPAL DE LAJEDO -PE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - CMEA
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CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - CMEA
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