O Brasil está passando por uma
onda de calor neste verão, temperatura assim tão alta foi registrado no Rio
de Janeiro pelo Instituto
Nacional de Meteorologia - Inmet desde 1915, quando a medição começou; máxima foi
de 43,2°C, em Santa Cruz, com sensação térmica de 47°C
Picos assim são causados por
ondas de calor que podem durar alguns dias ou várias semanas.
"Considera-se uma onda de calor quando a temperatura atinge cerca de 32 ºC
ou cinco graus acima do normal para aquela área. Isso durante, no mínimo, uns
dois dias", diz a meteorologista Micheline de Sousa Coelho, do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), em São Paulo. Apesar de não saberem ao certo
os motivos que levam a esses aumentos bruscos de temperatura, os pesquisadores
afirmam que isso tem sido muito comum, principalmente nas cidades grandes.
"Em São Paulo, por exemplo,
tem-se observado uma elevação de temperatura considerável na última
década", afirma Micheline. Alguns especialistas acreditam que as causas de
tanto calor são fatores naturais e que isso seria parte de um ciclo, como o
ocorrido durante o derretimento das geleiras no fim das eras glaciais. A grande
maioria dos estudiosos, porém, aposta que a bagunça climática é resultado do
efeito estufa, que estaria provocando um aquecimento global. A emissão de gases
tóxicos, como o gás carbônico e o metano, resultantes do desmatamento de
florestas e da queima de combustíveis, funciona como um cobertor que retém o
calor na Terra, causando o polêmico efeito. O resultado é o intenso calor
durante os verões dos quatro cantos do planeta. O maior problema das ondas de
calor é que as pessoas nem sempre estão prontas para enfrentá-las, o que causa
muitas mortes por desidratação e insolação. 2014 começou com os termômetros registrando
grandes temperaturas a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet) Marlene Leal, informou que há uma massa de ar quente e seco
predominando no país, especialmente nas regiões Nordeste e Sudeste; parte das
regiões Norte e Centro-Oeste; e em uma área da Região Sul.
O calor estará presente no dia a dia dos brasileiros não apenas no verão, mas também em outras estações do ano como aponta a Primeira Conferência do Clima
aqui no Brasil que deu um alerta: a temperatura no país pode ter uma elevação de
até 4°C ainda neste século.
Uma máquina analisou mais de 20
mil amostras de partículas encontradas na atmosfera em todas as regiões do
Brasil. Para fazer as coletas, 350 pesquisadores saíram a campo.
Foram três anos de trabalho para
confirmar de forma mais detalhada as conclusões de alguns estudos
internacionais. Os cientistas brasileiros agora têm dados suficientes para
afirmar com segurança que a temperatura média no país está aumentando e vai
continuar nessa trajetória ao longo deste século.
O estudo aponta uma elevação
média da temperatura entre 2°C e 4°C. Esse aumento previsto terá consequências
diferentes em cada região.
Segundo os cientistas, as
projeções mostram que, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste, com um regime
menor de chuvas, a tendência é de diminuição do volume dos rios. No Sul e no
Sudeste, segundo eles, deve acontecer o contrário: mais chuva. O volume de água
nas bacias do Paraná e do Prata pode subir ate 30%.
Pior seca dos últimos 12 anos muda paisagem do Rio São Francisco |
Chuva causou estragos e alagamentos na rodovia ES-010, na cidade de Serra |
Situações que devem trazer mais
desafios para, por exemplo, a produção de energia elétrica e a agricultura.
Especialistas da Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias, preveem
que as alterações climáticas mudem daqui a algumas décadas o mapa do
agronegócio no país.
“As temperaturas máximas de área,
os picos de temperatura máxima, vão ser muito maiores. Assim como as
temperaturas mínimas, o frio intenso, por muito pouco tempo. Regiões que têm
perdas sucessivas, eu não posso plantar determinada cultura aqui, vou escolher
outra. Pode sair, por exemplo, de grão para madeira, mas você continua
produzindo”, declara Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa.
Um dos coordenadores da pesquisa
diz que serão necessários anos para saber o quanto desse aumento previsto das temperaturas
no Brasil é resultado da ação do homem.
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